quinta-feira, 21 de julho de 2011

O melhor sempre é produzido aqui

A consolidação do Rock Gaúcho sempre foi um fenômeno nacional. E porque tanto sucesso, se o Rock Gaúcho tem as mesmas origens do Rock'n Roll do resto do país?
O Rock'n Roll só se torna evidência no Estado a partir dos anos 80 com a criação da rádio Ipanema, que apostava em uma programação totalmente oposta ao que existia no Estado até o momento. Logo em seguida, houve a criação da rádio Atlântida e Pop Rock, em geral, as rádios gaúchas mais novas e com propostas para um público mais jovem, foram às grandes responsáveis pela massificação deste estilo musical no Estado, que até então não tinha espaço para suas apresentações. Esta consolidação só aconteceu pela comunicação de informação do que era produzido musicalmente no Estado, e a identificação musical dos indivíduos. O esquema era simples, os músicos produziam os CDs, a rádio tocava-os, as casas noturnas do interior do Estado então abriam espaço para os shows destas bandas e cantores, e enfim, havia o contato direto com o público gaúcho, que identificavam- se com as performances das bandas e com as letras, que refletiam o cotidiano ou expressavam problemas, revoltas que os gaúchos viviam.
Alguns autores e músicos chegam a afirmar que o Rio Grande do Sul é o único Estado onde o mercado do rock é diferenciado, as bandas e cantores do Estado podem  sobreviver de suas apresentações apenas no interior do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Isto não significa que o Rock Gaúcho é apenas tocado em seu Estado, pelo contrário muitas bandas tem sonhos expansionista e tocam em todo Brasil e até no exterior, mas é clara a diferença de suas produções em outros Estados, a uma dificuldade bem maior em conseguir lugares para suas apresentações e shows, e a freqüência de nossas bandas tocada nas rádios de outros Estados também torna-se bem menor. O que é natural de se esperar.
Então entramos em um assunto polemico e muito discutível, a questão do gauchismo ou se preferirem o bairrismo, trata-se da valorização ao extremo do que é produzido no Estado e este é exatamente a cena em que se encontra e consolida-se a produção do Rock Gaúcho. O mercado do Rock Gaúcho tornasse um fenômeno exatamente pelo reflexo de nossa tradição bairrista. Para o gaúcho uma banda local não é melhor que outra banda local, mas os gaúchos diriam que ambas são melhores do que as de qualquer outro Estado, esta identidade extrema é tão ligada ao cotidiano do gaúcho e passa de fronteiras musicais. Exemplo prático disto é o chimarrão e o churrasco, para o gaúcho o chimarrão sempre será melhor que o tererê, e o churrasco infinitamente melhor que o barreado, isso não quer dizer que realmente seja verdade, (“apesar de ser!”). E sim, que somos um povo extremamente bairrista. Mas até quando isto será positivo para o desenvolvimento do Estado?
Bairrismo ou não, temos que constatar que o mercado do Rock Gaúcho é extremamente importante culturalmente para o Estado, e por que não, também para fortalecer nossas raízes.

Baseado no Livro:
O Rock Gaúcho na sintonia das FMs - Glaucir Ferreira Borges

Autora:  K

sábado, 14 de maio de 2011

Rock Gaúcho na Mídia

Sintonia das FM’s – o cenário e o mercado musical gaúcho


Reportagem e fotos de Priscila Daniel*, especial para o Jornalismo B
Tendo como cenário a livraria Letras e Cia, em Porto Alegre, apoiadora do Jornalismo B, o lançamento do livro “O Rock Gaúcho na Sintonia das FM’s”, de Glaucir Borges, acabou se tornando um bate-papo informal entre os participantes do evento. Discorrendo sobre as bandas gaúchas, o cenário da música nacional e outros temas, a conversa rendeu boas reflexões sobre a trajetória dos grupos musicais e o cenário do jornalismo cultural.
Uma das pautas mais instigantes da conversa foram as peculiaridades do mercado musical gaúcho. Segundo o autor, as bandas de rock do estado participam de um cenário diferenciado graças às cenas proporcionadas pelas rádios locais e principalmente pelo volume de shows e o circuito musical que as envolve. “As bandas têm uma estrutura sólida de shows no interior do Estado”, argumenta Glaucir, que ressalta o Rio Grande do Sul como um mercado autossuficiente. Por ser um estado periférico e com uma cultura e um ego fortes, há uma espécie de barreira musical que separa um pouco as produções regionais do cenário nacional. Para o convidado do autor, o vocalista da banda Comunidade Ninjitsu e deputado Mano Changes, há uma falta de corporativismo entre as bandas, que poderiam apoiar grupos corregionais e pautar o cenário musical nacional: “faltou visão pra maioria dos artistas de puxar o outro pra cima”, lamenta. Entretanto, Mano Chages também ressalta que o circuito musical do sul do Brasil é muito forte; é isso que dá veiculação e projeção à sua banda.
Para Glaucir Borges, o jornalismo cultural no rádio é fundamental para a consolidação das bandas de rock gaúchas. Foi isso que lançou e popularizou esses grupos, principalmente nos anos 80, onde ainda não havia o “jabá”. Sobre essa prática, Glaucir ressalta que o “jabá” muitas vezes nem chega ao jornalista, “vem de outra esfera da mídia”. O autor encara esse tipo de manipulação como um fator negativo, que limita a circulação da música, do artista. Ao mesmo tempo em que há bandas boas se utilizando desses métodos para ganhar espaço, há uma série de grupos que perde visibilidade por não possuir grande capital financeiro.
Glaucir ressalta que cada vez mais há uma formatação do mercado musical. Seguindo conceitos da indústria cultural, os produtos estão mais mercadológicos e “enlatados”. Segundo ele, a criação de bandas muito parecidas tende a piorar e a degradar o cenário musical. Nesse contexto seria importante a existência de mídias alternativas, que expõem um contraponto ao que é exposto pelos grandes meios.
Perdendo espaço para as web rádios e outras mídias, as grandes frequências apelariam cada vez mais para a massificação de seus produtos e sua consequente deterioração. As rádios online se mostrariam, então, como espaços mais plurais e democráticos a ser explorados. Essas novas mídias trariam consequências: “talvez acabem as rádios como conhecemos hoje”, diz Glaucir.O autor defende que as grandes redes não vão desaparecer, mas terão um outro alcance, já que o canal de web rádio é diferente da linguagem da rádio comum. “Toda a história da internet vem seguindo outro caminho”. Essas inovações certamente revolucionam o jornalismo cultural e o cenário musical.
Graduado em Relações Públicas e Jornalismo, Glaucir Ferreira Borges possui duas pós-graduações e é mestrando em Letras. Fruto da monografia de sua graduação em Jornalismo, o livro, que exigiu um ano e meio de projeto e pesquisa, trata sobre as bandas de Rock gaúchas, a rádio FM no Rio Grande do Sul e o mercado musical do gênero dos anos 80 até os 2000. Para embasar sua pesquisa, Borges se pautou em revistas, livros e principalmente em entrevistas, que realizou com nomes do Rock gaúcho como Duda Calvin, Duca Leindecker, comunicadores das rádios Atlântida, Ipanema e Pop Rock e envolvidos com o marketing musical. Norteando seu projeto, Glaucir trazia duas hipóteses: de que a rádio FM colabora para a divulgação das bandas regionais e a de que o mercado no estado é diferenciado do resto do país. “Comprovei as duas hipóteses baseado nas entrevistas”, defende o autor.
*Priscila Daniel é estudante de jornalismo na UFRGS

domingo, 17 de abril de 2011

Lançamento do Livro O Rock Gaúcho na Sintonia das FMs

Para os interessados, o livro O Rock Gaúcho na Sintonia da FMs vai ter seu lançamento em Porto Alegre no próximo dia 26/04. O local é a Letras & Cia Livraria - Café, que fica na Oswaldo Aranha 444, em frente ao Parque da Redenção. A partir das 18h, rola um bate-papo literário entre o autor Glaucir Borges e o vocalista da banda Comunidade Nin-Jitsu, Mano Changes. A entrada é franca. Todos estão convidados.

domingo, 13 de março de 2011

Jack White lança loja de discos

(BR Press*) - Jack White parece que tem mesmo tino comercial, além de talento comprovado para música. O ex-guitarrista do White Stripes (e integrante do Dead Weather e do Ranconteurs) foi atrás de estatísticas encomendadas por seu selo, o Third Man Records, e descobriu que 97% dos jovens norte-americanos em idade do ensino médio nunca estiveram em uma loja de discos independente. Daí nasceu seu novo negócio: a Rolling Record Store, um caminhão amarelo da Third Man equipado com uma loja de discos.

No melhor estilo "se a Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé", a Rolling Record Store estreia no SXSW Festival, em Austin, Texas (Estados Unidos), que começa nesta sexta, 11, e vai até o próximo dia 20.

O vídeo promocional da iniciativa mostra o capricho e a engenhosidade de Jack White, além de pilhas de viniis dentro do caminhão amarelo

segunda-feira, 7 de março de 2011

Coletânea do Rock Gaúcho


Em 2001, a editora Sagra Luzzatto publicou "Gauleses Irredutíveis: causos e atitudes do rock gaúcho". Escrito por Alisson Avila, Cristiano Bastos e Eduardo Müller, o livro reunia fotos, depoimentos e declarações — organizadas em capítulos temáticos — de mais de 150 músicos, produtores, groupies e agitadores culturais.

A obra se tornou uma espécie de "Mate-me Por Favor" do rock gaúcho: um misto de levantamento jornalístico e registro de história oral sobre o cenário musical do sul do país. O título se esgotou rapidamente e nunca ganhou uma segunda tiragem (apesar de rolar fazem anos um boato sobre um versão expandida). Um exemplar alcança altos preços em sebos.

Numa espécie de comemoração aos 10 anos desse livro — o mais importante da história do rock na região mais austral do país — a revista Aplauso está disponibilizando para download grátis a coletânea tripla (são 2 volumes e mais um de “faixas bônus”) "Gauleses Irredutíveis Merecem Aplauso".

Espécie de Nuggets (ou Peebles) do rock gaúcho, os títulos reúnem clássicos e, principalmente, raridades incríveis. São demos, outtakes, gravações ao vivo e músicas inéditas que só existiam em vinil, K7, CD-R e arquivos secretos perdidos. A qualidade de audio é irregular, mas enquanto registro histórico tem um valor inestimável!

Entre as bandas presentes nas coletâneas se pode destacar Liverpool, Os Brasas, The Cleans, Bixo da Seda, Júpiter Maçã, Bidê ou Balde, Superguidis, DeFalla, Cascavelletes, Replicantes, Pata de Elefante, Hipnóticos, Cachorro Grande, Identidade, Gustavo Telles & Os Escolhidos, Plato Divorak, Os Irmãso Rocha! Pública, entre muitos outros.

A capa da edição 110 da revista Aplauso — completando o “pacote” especial — é justamente uma matéria de Cristiano Bastos, um dos autores de "Gauleses Irredutíveis". Com o título “De guitarra e cuia”, a reportagem especial aborda o fato das bandas gaúchas tentarem a sorte grande e o prestígio em nível nacional através de São Paulo.

Para baixar os 2 volumes de "Gauleses Irredutíveis Merecem Aplauso" mais o pacote especial com faixas bônus gratuitamente (tudo em arquivo MP3 e também com capa, contracapa e encarte especial em PDF para impressão) basta acessar o site da revista Aplauso. Lá, há o link para se acessar o hotsite da coletânea de raridades: http://www.aplauso.com.br/

Abaixo, você poderá conferir a lista completa de faixas de cada volume.

Gauleses Irredutíveis Merecem Aplauso – Volume 1

01 – Por Favor, Sucesso – Liverpool
02 – Stupid Cupid – Conjunto Melódico Norberto Baudalf
03 – Ao Partir Encontrei Meu Amor [versão 2] – Os Brasas
04 – Estarei com você – The Cleans
05 – Trem – Bixo da Seda
06 – Betelgeus Star [ao vivo Mr. Lee, 1976] – Byzarro
07 – Paz e Amor – Liverpool
08 – Cine Marabá – Julio Reny
09 – Led Boots – Mimi Lessa & Orquestra de Guitarras
10 – Monumento À Poluição [ao vivo Mr. Lee, 1976] – Gilberto Travi & O Calculo IV
11 – Deu Prá Ti – Kleiton e Kledir
12 – Adeus, Meu Chiripá – Grupo Rebenque
13 – Fazê um Bolo – Astronauta Pingüim
14 – Amonia – Lovecraft
15 – Hey Girl, What You Gonna Do – Júpiter Maçã
16 – Gredy Juice Pussy Fucker [ao vivo em 1991] – DeFalla
17 – Bromélias [Acústica Inédita] – Bidê ou Balde
18 – Expresso Oriente [ao vivo no Porto de Elis, 1987] – Julio Reny & Expresso Oriente
19 – Bagda (She’s My Baby) – Procura-se Quem Fez Isso
20 – It’s Fuckin’Borin’ to Death [ao vivo em 'nem Deus sabe'] – DeFalla
21 – Hard Rock – Rosa Tattooada
22 – Eu Vou arder Nas Chamas do Inferno – Os Atonais
23 – Não Para de Dançar – Identidade
24 – Lugar Qualquer [versão demo] – Pública
25 – Um Rei e O Zé – Apanhador Só
26 – Após o Bip (Secretária Eletrônica) – Laranja Freak
27 – Epilético – Doiseu Mimdoisema
28 – Cheio de Dentes – Império da Lã
29 – Lola (Não Chores Lola) [ao vivo no Porto de Elis, 1987] – Julio Reny & Expresso Oriente
30 – Sobre Amanhã [ao vivo em 'nem Deus sabe'] – DeFalla

Gauleses Irredutíveis Merecem Aplauso – Volume 2

01 – Me Deixa Desafinar – Bidê ou Balde
02 – Silvia 20 Horas Domingo [com Ronnie Von] – Video Hits
03 – Lugar Nenhum [Titãs] – Cachorro Grande
04 – Onde Acaba o Céu – Plato Erectus
05 – Meu Amor – Yanto Laitano
06 – Um Tango – Arthur De Faria & Seu Conjunto
07 – Do Seu Amor, Primeiro é Você Quem Precisa – Gustavo Telles & Os Escolhidos
08 – Albert Einstein – A Barata Oriental
09 – Novo Estilo – Rosa Tattooada
10 – Sou Blasé – Comunidade Nin-Jitsu
11 – Anestesia – Os Irmãos Rocha!
12 – Nicotina – Os Replicantes
13 – Surfista Calhorda – Os Replicantes
14 – Riffs – Superguidis
15 – Todo Mundo Tem Algo a Esconder (Exceto Eu e Meu Macaco) – Superguidis
16 – Diagonal – Walverdes
17 – Santo Stereo – Viana Moog
18 – Mod, Te Fode – Podia Ser Pior
19 – Rock stress – Alcalóides
20 – Kill Summertime – Dating Robots
21 – All Gone – Loomer
22 – Arthur – Pata de Elefante
23 – Quarto das Armas – Pública
24 – Jaqueline dos Theatros – Plato Divorak & Os Exciters
25 – O Que Eu Não Vejo Não Existe – My Name Is Going – Bidê ou Balde
26 – A Mulher Brasileira é a Mais Linda – Plato Divorak & Os Exciters
27 – Caçador de Bônus-Track – Hipnóticos
28 – Pagode Acebolado – Aristóteles de Ananias Jr.
29 – Era Moderna – Pupilas Dilatadas
30 – Maçã – Volantes

Gauleses Irredutíveis Merecem Aplauso – Faixas Bônus

01 – Down Myth Girl – Jupiter Apple and Bibmo
02 – Aquarianas da Rua 20 – Júpiter Maçã
03 – Cartas de Playground – Júpiter Maçã
04 – Desconstruções do Acaso – Júpiter Maçã
05 – Kadafi – Kadafi
06 – Ele Quer Todo Mundo A Seus Pés – Procura-se Quem Fez Isso
07 – Astronauta James Não Virá Para o Jantar – Doiseu Mimdoisema
08 – Álbum de fotografias – Telecines
09 – Batanbatan – Flu & Os Parceiros
10 – Lobo da Estepe [ao vivo em Viamão, 1991] – Os Cascavelletes

Fonte:  rockgaucho.com.br